No caminho (e na pauta) da visita do presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, aos Estados Unidos, o agronegócio tem um espaço importante. Seja pela potência que o setor representa, em ambos os países, seja pelos desafios que se colocam à produção. Conforme sinalizou ontem o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, a viagem a convite do presidente americano Joe Biden só deverá ocorrer depois da posse.
O ano de 2023 tem pela frente uma definição crucial para a agropecuária dos EUA: a votação da Farm Bill, legislação que define políticas — e recursos — a serem alocados para o fomento do setor. Renovada a cada cinco anos, traz implicações que se prolongam no período de vigência. E o que o Brasil tem a ver com isso? Tudo, porque seja como parceiro ou como concorrente, é indiretamente impactado por essas diretrizes.
O agro americano trabalha, por exemplo, com seguro de renda (não só de perdas) para as lavouras afetadas por intempéries. Na prática, a ferramenta dá previsibilidade e segurança sobre os rendimentos. Perguntado sobre o que gostaria de ver contemplado na próxima Farm Bill, um produtor de Iowa que conheci em visita pelo Meio Oeste mencionou: "um bom programa de proteção".
Questões climáticas também batem à porta de propriedades dos EUA. Brent Johnson, presidente da Iowa Farm Bureau pontuou: "são assuntos quentes". Com desafios inerentes às realidades política e legislativa locais — onde se defende a intervenção federal mínima e onde os republicanos ganharam espaço nas recentes eleições.