A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
É com sabor de retomada que o cultivo do kiwi tem voltado a ocupar espaço importante nos pomares do Rio Grande do Sul. Bastante apreciado pelos gaúchos, o fruto de casca marrom aveludada e polpa verde chegou a conferir ao Estado referência nacional em termos de produção, até que um fungo ameaçou a continuidade da cultura. Agora, o desenvolvimento de técnicas de manejo e o registro de novas cultivares ajudam a prospectar novo espaço.
A insistência na produção se justifica por uma série de elementos favoráveis. Entre eles, o engenheiro agrônomo da Emater, Enio Ângelo Todeschini, cita o clima e o solo propícios, o conhecimento dos produtores já acostumados com culturas semelhantes no manejo, como as parreiras, e a estrutura física de aramado já utilizada nos parreirais.
– São todos fatores positivos para a produção voltar com muito mais força e galgar posições de ainda mais destaque que dez anos atrás – diz Todeschini.
Recentemente, pesquisadores vinculados à Secretaria da Agricultura conseguiram registro de uma nova cultivar de kiwi junto ao Ministério da Agricultura para impulsionar a produção. Conhecida como Tewi, a variedade tem boa adaptabilidade às condições climáticas da serra gaúcha.
– Essas novas variedades vêm para ocupar um espaço comercial que é muito grande no Brasil. Todas as frutas são importadas a um preço muito alto – comenta o técnico da Emater.
A produção da fruta viveu momento de auge no Estado entre os anos de 2010 e 2012, com quase 400 hectares de plantação. Farroupilha, na Serra, chegou a ser considerada a capital nacional do kiwi. Mas a enfermidade provocada pelo fungo Ceratocystis fimbriata levou os kiwizeiros à morte.
Ainda distante do espaço que já teve, mas com retomada gradual da produção, os pomares de kiwi chegam a 175 hectares na safra atual, segundo a Emater. A expectativa é de colher cerca de 2,5 mil toneladas da fruta, que tem como principal momento os meses de abril e maio.