Consolidada como importante polo da produção nacional de vinhos, a Campanha quer garantir seu espaço também no enoturismo. Para isso, reuniu 10 vinícolas d região e, em parceria com o Sebrae, abriu caminho para a Rota de Vinhos da Campanha Gaúcha. A ideia é adotar um modelo que já havia caído nas graças do consumidor e que ganhou ainda mais força em meio à pandemia. São ações de visitação às propriedades para que o público possa não só conhecer e degustar a bebida, mas também desfrutar de um momento de lazer em um ambiente ao ar livre.
— Na pandemia, as pessoas conheceram e consumiram mais os vinhos nacionais. E também se interessaram em ir para locais um pouco mais longes. A Campanha já responde por 31% da produção nacional de vinhos finos, então, queremos 31% do turismo — brinca Valter José Pöter, presidente da Associação de Vinhos da Campanha Gaúcha e proprietário da Vinícola Guatambu, em Dom Pedrito, uma das integrantes da rota e que viu a quantidade de visitantes por mês mais do que dobrar.
Outros ingredientes são vistos como catalisadores para o turismo vinícola na região. Um deles é a indicação de procedência (IP), selo concedido pelo Instituto de Propriedade Industrial (Inpi) e que atesta as condições singulares de um produto. Obtida em 2020, a certificação estampou, em seu primeiro ano, 1,5 milhão de garrafas. Para este ano, o número de rótulos inscritos já ultrapassa 2 milhões — que passam agora por um processo de avaliação com relação aos parâmetros necessários para receber o diferencial.
— A gente nota que isso está despertando o interesse das pessoas. Dá um status à produção — completa Pötter.
O projeto para a criação de uma zona franca, livre de impostos, é mais uma condição que pode incentivar o turismo no local. Para identificar as marcas que integram a rota, há sinalizações à frente das vinícolas. Um e-book com detalhes que vão das distâncias das principais cidades, passando por hospedagens e programação das vinícolas (almoços, piqueniques, degustações) está disponível no site da associação.
Claro, além do volume, é a qualidade e a singularidade das bebidas à base de uva que seguem como os principais chamarizes. A Campanha soma hoje uma área de 1.560 hectares de vinhedos, com 36 variedades de uvas viníferas e produção em 18 vinícolas. Depois de um 2020 em que se colheu no RS "a safra das safras", 2021 reservou condições que permitiram resultado tão bom quanto ou até melhor. E, para as frutas que agora estão em desenvolvimento, com colheita em 2022, as perspectivas são igualmente promissoras em razão das condições previstas — o tempo seco, na dose certa, ajuda na produção das frutas.
A Rota do Vinho da Campanha Gaúcha
Veja as vinícolas que integram a iniciativa e onde ficam
Santana do Livramento
- Pueblo Pampeiro
- Vinícola Cordilheira de Sant'Ana
- Bodega Cerro Chapéu
Uruguaiana
- Bodega Sossego
Itaqui
- Vinícola Campos de Cima
Candiota
- Batalha Vinhas e Vinhos
Bagé
- Vinícola Paraizo
- Peruzzo Vinhas e Vinhos
Dom Pedrito
- Cerros de Gaya, Vinhedos e Olivais
- Vinícola Guatambu
*Fazem parte ainda da associação, mas não da rota, as vinícolas Almadén (Santana do Livramento) e Seival (Candiota), do Grupo Miolo, Routhier & Darricarrère (Rosário do Sul), Cooperativa Nova Aliança, Vinícola Salton (Santana do Livramento), Vinícola Vinhética (Santana do Livramento), Dunamis (Dom Pedrito) e a Vinícola Bueno Wines (Candiota)