Levantamento da Central de Inteligência da Embrapa Aves e Suínos referente ao mês de março mostra que, pela primeira vez no ano, os custos de produção dessas proteínas tiveram recuo em relação ao mês anterior.
No frango, que tem como base o Paraná, a queda foi de 0,7%. No suíno, com base em animais de ciclo completo em Santa Catarina, de 0,06%.
É leve, quase uma estabilidade, e está longe de afastar a preocupação trazida à indústria de carne devido à elevação dos gastos. O milho, principal ingrediente da ração, segue em alta. E mesmo com a isenção de tarifa para trazer o produto de fora do Mercosul, concedida pelo governo até o final do ano, a importação fica com preço igualmente salgado.
— O milho continua subindo. Mas o preço do farelo de soja teve diminuição, e isso fez reduzir o custo da ração — explica Ari Jarbas, analista de economia da Embrapa Suínos e Aves, para o movimento verificado em março.
Na produção de frango, o item nutrição respondeu por 71% do total de custos. No suíno, 81%. Com essa participação tão representativa, qualquer mexida, reforça o pesquisador, interfere. Para este mês poderá haver novo recuo, de leve, nas despesas. No geral, no entanto, o cenário segue muito delicado por conta da valorização do milho, que segue firme.
— A safrinha trará um pouco de milho, mas não tudo o que se esperava — ressalta Jarbas, em relação ao volume a ser colhido na segunda safra de milho brasileira, que deve ser menor do que o inicialmente projetado.
Entre os três Estados do Sul, o Rio Grande do Sul é o que tem o maior valor de custo em reais por quilo vivo: R$ 5,04 em março, quatro centavos a menos do que no mês anterior. Na comparação com março de 2020, no entanto, representa alta de 63% maior.
Para os suínos, são R$ 6,67, valor inferior ao de SC e seis centavos a menos do que em fevereiro. Na comparação com março do ano passado, o cenário é de alta de 56%. Importante lembrar que o cálculo da Embrapa, nesse caso, é feito para produtores independentes (ou seja, que não são integrados a nenhuma indústria).