Um ano após a chegada da pandemia, o setor de flores segue buscando alternativas diante das mudanças impostas pela conjuntura. A maior dificuldade se mantém na chamada produção de flores de corte, categoria em que entram as rosas, por exemplo. O faturamento desse ramo, caiu cerca de 30% em 2020. E com o agravamento do quadro e a multiplicação de casos de covid-19 deste momento, sequer é possível projetar quando haverá uma retomada.
— No ano passado, o setor passou por um cenário caótico, de março a junho, porque coincidiu o pico de casos com o período em que há a maior demanda. Além dos eventos cancelados, nessa época estão datas como o dia mulher, das mães e dos namorados, que representam de 70% faturamento — observa Maciel Silva, coordenador de produção agrícola da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Ele acrescenta que, mesmo se reinventando e criando novos canais de venda, esse segmento tem nos eventos “uma grande parcela das demandas”.
— Casamentos e outros eventos vinham sendo renegociados. O prejuízo estava sendo carregado, mas havia a expectativa de que iam ocorrer. Neste ano, as pessoas estão indo para o cancelamento, o que está preocupando esse setor — pondera o coordenador da CNA.
Com as flores de vaso, o cenário foi diferente. Houve um impacto inicial, seguido de uma recuperação – com as pessoas mais em casa, a jardinagem ganhou espaço. E esse ramo fechou o ano com crescimento de 5%, o que foi positivo, mas aquém dos 15% a 20% esperados, observa Silva:
— E a expansão do setor de flores de vaso ocorrerá a taxas cada vez menores, até estabilizar.
Medidas de renegociação foram negociadas no ano passado. Agora, busca-se viabilizar novas linhas, que possam garantir mais competitividade.