Tem startup gaúcha voando alto em solo americano. A Arpac, que desenvolve drones para utilização em atividades agrícolas, tem duas frentes de ação nos Estados Unidos. A primeira, por meio de parceria com a empresa israelense Taranis, de inteligência artificial, acaba de ser concluída. De julho até a metade de setembro, três equipamentos especialmente desenvolvidos para a companhia sobrevoaram lavouras de soja e de milho nos Estados de Indiana e Illinois, no cinturão de grãos do país.
— Desenvolvemos um drone para levar a câmera da Taranis. O equipamento que criamos tira as fotos, envia a imagem, e a empresa faz a leitura dos dados. Com isso, tem-se uma recomendação agroquímica melhor — explica Eduardo Goerl, CEO e fundador da Arpac.
A iniciativa agradou e, no próximo ano será repetida, podendo ter entre 15 e 20 drones utilizados. A parceria com a Taranis já existia no Brasil desde 2018, e agora se multiplica para o território americano. É também de lá que vem outra grande oportunidade. A startup foi uma das 20 finalistas selecionadas entre 270 empresas inscritas para um concurso promovido pelo governo do Estado de Nova York com a Universidade de Cornell. O objetivo é desenvolver uma solução inovadora que possa ser aplicada por produtores locais. O primeiro lugar recebe um incentivo e tanto: US$ 1 milhão.
— Nosso plano é estar lá, oferecendo tanto o braço de imagem quanto o de pulverização – acrescenta Goerl.
Aliás, foi com o serviço de pulverização de drones com produtos biológicos que a Arpac surgiu, em 2016 a startup foi incubada no Tecnosinos, parque tecnológico da Unisinos. Dentro do país, cresceu com a aplicação feita com o equipamento, tendo impulsos a partir de parcerias com a Basf e com a Raízen. No ano passado, atuou em quatro Estados: Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás e Mato Grosso.
Na primeira safra em que colocou seu produto na rua, ou melhor, nas lavouras, somou 400 hectares. No ciclo 2019/2020, já eram 72 mil hectares e, para o próximo, a estimativa é de que sejam cerca de 150 mil hectares, com 20 equipamentos em operação.
— Importamos o motor e a bateria. Mas a inteligência, onde agregamos valor, é toda desenvolvida em Porto Alegre— destaca o fundador.
O time hoje é integrado por 25 pessoas, boa parte alunos da UFRGS.