De um lado, o entretenimento. Do outro, a chance de se manter conectado ao produtor, trazendo novidades tecnológicas em meio ao cenário de restrições imposto pela pandemia. Essa tem sido uma das fórmulas encontradas por fabricantes de máquinas e implementos agrícolas para manter em dia os negócios do setor. Dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram alta de 14,4% nas vendas de julho, na comparação com igual mês do ano passado. No acumulado de 2020, o avanço é de 1,3%. Crescer ou manter números em ano de crise é um resultado importante.
Principalmente porque um dos mais importantes canais de divulgação e de vendas acabou saindo de cena. As feiras agropecuárias foram, na sua grande maioria, canceladas — caso da Expointer, por exemplo. Nesse cenário, o universo virtual ganhou ainda mais terreno. E tem sido o canal escolhido para lançamentos. Com estratégias diferenciadas.
Foi com show da dupla sertaneja Bruno e Marrone, por exemplo, que a Case IH apresentou as novidades de seu portfólio ao público no início do mês.
— Tivemos a ideia de fazer um show com uma grande dupla. Pegamos uma fazenda em Sorocaba (interior de São Paulo) e colocamos todos os produtos. Montamos um estúdio lá dentro — conta Christian Gonzalez, vice-presidente da Case IH para a América do Sul.
A live deu sequência à programação da convenção de vendas com concessionárias, feita ao longo do dia e que ganhou amplitude com o formato digital. Foram cerca de 2 mil pessoas, quatro vezes mais do que o habitual.
Em junho, a New Holland, que faz parte do grupo CNH, havia feito evento com a participação de Jorge & Mateus para lançar produtos.
Para Gonzalez, as ferramentas digitais "têm papel maior do que se imaginava”. O crescimento da relevância, no entanto, não significa a exclusão do modo presencial:
— O evento serve para o produtor ficar sabendo que tem nova tecnologia no mercado. A segunda fase do lançamento será a campo. Não dá para achar que o negócio ficará todo digital.
A marca tem em 2020 um ano histórico no que diz respeito à apresentação de inovações. O vice-presidente da marca, que registra crescimento de share em colheitadeiras e em tratores na América do Sul, projeta um resultado positivo para o segmento no Brasil:
— O mercado está aquecido, o produtor com rentabilidade recorde. No atacado, há tendência de o ano ser estável. No varejo, deve crescer 5%.