Responsável pela apuração de casos de mortandade de abelhas no Estado, a Secretaria da Agricultura foi acionada por apicultores 19 vezes neste ano. O número se aproxima das 23 ocorrências verificadas em 2019. Os casos mais recentes foram na Fronteira Oeste, nos municípios de São Gabriel e Santa Margarida do Sul. Foram quatro episódios em três propriedades nos últimos 10 dias, com o número de insetos mortos podendo chegar a 8,5 milhões. Nesses casos, houve coleta de amostras para que possa ser feita a análise que permite detectar a causa.
Em razão da mudança de parceria para o envio no início do ano e das dificuldades decorrentes da covid-19, as primeiras amostras foram enviadas em julho para o Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas (Larp) da UFSM. Ainda não há resultado. No ano passado, exames confirmaram a presença de agrotóxicos em 38 de 43 amostras. Em 36% delas, o princípio ativo detectado era o inseticida fipronil.
Nos casos recentes, deste ano, há suspeita de uso de outros princípios ativos, que estariam sendo adicionados a produtos para dessecação (controle de ervas daninhas) de lavouras próximas aos apiários. Um dos casos recentes atingiu colmeias de Aldo Machado dos Santos, presidente da Cooperativa Apícola do Pampa Gaúcho e coordenador da Câmara Setorial da Apicultura. Ele soma pelo menos 170 caixas afetadas nos quatro casos da Fronteira Oeste. O prejuízo estimado por cada uma é de R$ 810.
Um dos coordenadores do programa de sanidade apícola da secretaria, Gustavo Diehl orienta que, em casos de mortandade, produtores acionem a inspetoria de defesa agropecuária que atende o município onde está o apiário.
— A partir daí, se for o caso, haverá coleta para análise — completa.
Um inquérito civil está em andamento no Ministério Público Estadual. Na semana passada, em audiência, foi apresentado projeto de monitoramento em tempo real das abelhas.