Fundamental no caminho para a confirmação do Rio Grande do Sul como zona livre da aftosa sem vacinação, o apoio de produtores gaúchos foi formalizado nesta terça-feira (11). Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) colocaram o tema em votação. Nos dois casos, a maioria optou em respaldar o processo conduzido pelo Estado. O parecer da auditoria do Ministério da Agricultura e o reconhecimento nacional da evolução de status são esperados para quarta-feira (12).
— Tudo tem de estar pronto até sexta-feira — confirma Covatti Filho, secretário estadual da Agricultura, em relação aos prazos para encaminhamento do pedido à Oganização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Na assembleia da Farsul, o placar foi mais apertado: 44 votos a favor e 35 contrários. O presidente da entidade, Gedeão Pereira, avalia que "foi feita uma ampla discussão sobre o tema". Acrescenta que o "sim" foi acatado e traz responsabilidade de cobrança de questões que ainda estão em aberto:
— Por exemplo: como vamos construir o fundo de indenização e como serão feitas as avaliações. Tem de estar bem resolvido até o final do ano. A partir da retirada da vacina produtor é co-responsável.
Entre os associados da Febrac, o resultado foi de 15 votos favoráveis e quatro contra. O presidente Leonardo Lamachia entende que o fechado do mercado de genética do Paraná (que também busca a progressão de status), caso o RS seguisse vacinando, teve um peso importante na decisão.
— Os votos contrários sinalizam a necessidade de permanente vigilância. Temos de estar unidos e focados. Não podemos dar o passo e achar que tudo vai se resolver de forma natural. É preciso ficar atento para a continuidade da implementação das medidas.
A estrutura do Estado para fazer frente a esse demanda é um ponto que segue no radar das entidades. Não apenas de itens apontados pelo ministério, mas a garantira de investimentos perenes no sistema de Defesa Agropecuária, acrescenta Lamachia.
Dois processos em andamento, a contratação de pessoal e o reforço da frota, são questões consideradas importantes. O processo que busca 150 agentes para atuar na área administrativa da Secretaria da Agricultura, está na fase de recurso e classificação das 28 empresas que apresentaram propostas. A compra de 72 veículos foi finalizada, estando pendente a entrega. O prazo expira no final de setembro.