O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A chuva que caiu de maneira intensa nas últimas semanas permitiu que parte dos pomares de bergamotas no Rio Grande do Sul se recuperasse da estiagem. Áreas com as variedades pareci e montenegrina, com colheita avançando nos próximos meses, reverteram o déficit hídrico acumulado até maio e tendem a ter uma safra estável. A situação é diferente da verificada nas frutas precoces, como a caí e a ponkan, que já foram totalmente retiradas das árvores e apresentaram queda na produtividade.
Dois meses atrás, quando a estiagem persistia, a Emater estimava colheita de 100 mil toneladas de bergamotas no Estado. Agora, a projeção foi elevada a 110 mil toneladas. Mais da metade do volume será montenegrina, que começará a ser colhida em agosto. No entanto, o montante total ainda fica distante de safras anteriores, com média de 150 mil toneladas.
-As chuvas foram em quantidade até além da suficiente. Tivemos inundação na várzea do Rio Caí, mas que não comprometeu a produção de citros. As bergamotas estão bastante suculentas, com bom teor de suco, e doces. O problema é o diâmetro, que está menor – avalia Derli Bonine, assistente técnico da Emater no Vale do Caí, principal região produtora no Estado.
Mesmo com a melhora do quadro geral, alguns produtores seguem relatando problemas em parte da área plantada. É o caso de Janquiel Ulrich, de Montenegro.
-Algumas variedades, como a montenegrina, estão com muitas rachaduras nos frutos. A estiagem também acabou atrasado a colheita – indica.
Em 18 hectares, Ulrich deve colher 150 toneladas. Não fosse o tempo seco no início do ciclo produtivo, a produção poderia chegar a 250 toneladas.