Os primeiros cinco meses deste ano foram de movimentação expressiva no porto de Rio Grande. O volume total embarcado somou 15,5 milhões de toneladas, alta de 4,62% em relação a 2019. Além disso, foi o melhor maio da história, com 4,29 milhões de toneladas. Puxando as exportações, a soja em grão acumulou no ano 4,71 milhões de toneladas, crescimento de 34,94%. Em maio, o volume somou 1,7 milhão de toneladas, 0,6% a mais do que no ano passado. Para o superintende Fernando Estima, a explicação para esse avanço das vendas da soja, apesar da quebra notória da produção de verão vem principalmente da negociação de produto que estava guardado:
– O que ainda estamos assistindo é um volume importante de estoque represado.
Quem tinha grão da safra passada, quando houve colheita recorde, aproveitou a valorização, com preços acima dos R$ 100 a saca, propiciada pela combinação de dólar alto e prêmios de exportação pagos à soja brasileira, diante do vaivém das negociações da guerra comercial entre Estados Unidos e China. O superintendente do porto avalia ainda que a dragagem realizada no canal de passagem, permitindo a entrada de navios de maior porte, também ajudou a ampliar os negócios via terminal gaúcho. A limpeza iniciada no ano passado foi concluída no início de 2020 e aguarda homologação da Marinha — o prazo oficial é 15 de julho.
O superintendente cita ainda que houve entrada de soja de Santa Catarina e do Paraná, em um novo movimento de logística reversa dos caminhões que partem do porto gaúcho para a distribuição de fertilizantes e têm retornado com o grão desses Estados.
Ainda que não tenha o mesmo peso em volume, o arroz é outro item com bom desempenho neste ano. São 504,4 mil toneladas de janeiro a maio (considerando apenas exportações), avanço de 4,01% sobre igual intervalo de 2019.