Foi dado um passo à frente na busca do Rio Grande do Sul pela evolução do status sanitário em relação à febre aftosa. Com a autorização para suspender a imunização do rebanho, concedida quinta-feira (30) pelo Ministério da Agricultura, o Estado começa a ter mudanças práticas a partir desta sexta-feira (1). Não podem mais ser aplicadas e nem vendidas doses da vacina. Eventuais estoques terão de ser lacrados, e trocas com os laboratórios precisam ser acompanhadas pela Secretaria da Agricultura. Também passa a haver restrição na movimentação de animais. Bovinos e bubalinos de Estados que ainda vacinam não podem entrar, salvo exceção prevista.
– Essas instruções normativas publicadas pelo ministério estavam programadas. Fazem parte do rito do processo. Essa formalidade significa que se está avançando no processo de retirada da vacina – pondera o secretário estadual de Agricultura, Covatti Filho.
Há um acordo moral e público entre secretaria, ministério e entidades de que buscaremos o cumprimento das recomendações. E, caso não seja possível, retroceder lá na frente.
LEONARDO LAMACHIA
Presidente da Febrac
E para confirmar esse caminho, abre-se agora o prazo para que o Estado faça as contrapartidas solicitadas em auditoria realizada no ano passado. Entre esses pontos, estão reforço de pessoal e de veículos. O Piratini trabalha para contratação de 150 profissionais, terceirizados, e acréscimo de cem veículos para a área de Defesa Agropecuária. As medidas têm custo de cerca de R$ 11 milhões.
Segundo Covatti, o edital para licitação da compra dos veículos está pronto e deve ser publicado em até 15 dias. Serão 72 unidades – as demais serão adquiridas com recursos do governo federal. O edital de contratação ainda está tendo detalhes acertados.
– O orçamento para ambos está garantido. No ritmo que está, conseguiremos cumprir até agosto – projeta Covatti.
Para aquele mês está prevista nova avaliação dos técnicos do ministério. E, a partir dela, poderá ser mantida ou revogada a caminhada para o fim da vacinação. Aliás, o apoio de entidades produtivas está condicionado a essas melhorias, como decidido por Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac).
O caminho até a evolução de status
- O Ministério da Agricultura comunica à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) que o RS, com o Paraná, deixará de vacinar, buscando evolução para zona livre da doença sem vacina
- Até agosto, o Estado precisa atender recomendações feitas em auditoria do ministério. Dessa avaliação depende aval para dar prosseguimento ao processo
- Se avançar, o RS poderá pedir na assembleia da OIE de maio de 2021 reconhecimento do status