O Ministério da Agricultura publicou nesta quinta-feira (30) normativa que autoriza o Rio Grande do Sul a suspender a vacinação contra a febre aftosa no Estado. É o primeiro passo para que o Estado avance para a condição de livre da doença sem imunização, condição hoje que só Santa Catarina tem. Além do RS, o Paraná também busca a progressão e já no final de 2019 recebeu aval para deixar de imunizar.
Na prática, o documento determina que a partir de sexta-feira (1º de maio) não se possa mais aplicar as doses, tampouco comprar o produto. Eventuais estoques remanescentes em revendas agropecuárias são lacrados. Também a modificação nas regras de trânsito de animais para outros Estados.
A confirmação da mudança depende ainda de contrapartidas a serem feitas pelo Estado. Auditoria realizada no ano passado apontou a necessidade de ações como reforço de pessoal e de veículos. O Piratini trabalha para contratação de 150 profissionais, terceirizados, e acréscimo de cem veículos para a área de Defesa Agropecuária. As medidas têm custo de quase R$ 11 milhões.
Em agosto está prevista nova avaliação. E, a partir dela, poderá ser mantida ou revogada a caminhada para o fim da vacinação. Aliás, o apoio de entidades produtivas está condicionado a essas melhorias, como decidido por Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac).
— Continuamos com a nossa posição. Se a Secretaria da Agricultura tiver até agosto as condições preconizadas, os sindicatos determinarão a posição da Farsul — observa Gedeão Pereira, presidente da entidade.
Presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber considera esse "um importante passo para o reconhecimento do Rio Grande do Sul como área livre de febre aftosa sem vacinação”:
— É o resultado de um trabalho que coroa esforços conjuntos do ministério, da secretaria e do setor produtivo ao longo de mais de 10 anos.