O terreno está fértil para o trigo no Estado. O primeiro levantamento de custos feito pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (Fecoagro) mostra que a relação de troca entre gastos e receita é a mais favorável em duas décadas.
– Pelo histórico dos últimos 20 anos, temos um dos melhores momentos para plantio, baseado principalmente na alta do dólar, o que influenciou preço e insumos, que, mesmo com elevação, não subiram todos na mesma proporção – observa Paulo Pires, presidente da entidade, que projeta aumento de cerca de 20% na área de plantio do cereal.
O ponto de equilíbrio para cobrir o custo total teve redução de 14,41% em relação à safra passada (veja abaixo).
– Todos os anos, tínhamos perspectiva negativa (custos maiores do que a receita) – reforça Pires.
Outro fator que poderá pesar na tomada de decisão do produtor é a oportunidade de obter renda depois da frustração com a safra de verão, fortemente impactada pela estiagem.
Segundo o estudo conduzido pelo economista Tarcísio Minetto, da Fecoagro, o preço nominal do trigo aumentou 21,7% nesta safra em relação ao ano de 2019.
É uma valorização importante, ainda que menor do que a verificada em outras commodities. O preço médio da saca é de R$ 50, ante R$ 41,08 no ciclo anterior.
Tempo também deve ajudar
Prognósticos para o clima em meio ao ciclo de produção de inverno também são favoráveis, outro fator que poderá favorecer o investimento no trigo. Há, no entanto, duas preocupações no horizonte: o acesso ao crédito para custeio em razão dos problemas na safra de verão e eventual redução no pacote tecnológico utilizado pelos produtores.