O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Com a colheita da maçã já na reta final nos pomares dos Campos de Cima da Serra, os números da safra foram revisados. A Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi) estima que o Estado não obterá mais de 400 mil toneladas em 2020, queda de aproximadamente 30% em relação à expectativa existente no início do ciclo. Em relação a 2019, quando foram retiradas 495 mil toneladas das macieiras do Estado, o tombo deve chegar a 20%.
Além do inverno irregular no ano passado, que já havia impactado a floração e o tamanho da fruta da variedade gala, a estiagem entre fevereiro e março acabou diminuindo a produtividade das macieiras. A falta de chuva e o calor intenso prejudicaram principalmente a maçã fuji, mais tardia.
- No início, imaginávamos que a estiagem atingiria somente o milho e a soja na região, mas pegou severamente a maçã. Ficamos com muita fruta pequena, que acabou tendo de ser encaminhada para a indústria fazer suco - explica José Sozo, presidente da Agapomi.
Atualmente, mais de 80% da colheita está concluída no Estado. Resta apenas a variedade fuji nos pomares gaúchos. Com isso, o volume de safristas nos alojamentos das empresas diminuiu consideravelmente. Na Rasip, que havia contratado 2,2 mil pessoas no início do ano, permanecem cerca de 350 trabalhadores temporários. Uma das maiores produtoras da fruta no país, a empresa deve encerrar as atividades nos pomares em duas semanas.
- Devemos ficar com produção entre 47 mil e 49 mil toneladas, uma quebra de, pelo menos, 10% em relação ao que esperávamos - calcula Celso Zancan, diretor de fruticultura da Rasip.