Ao mesmo tempo em que frigoríficos de carne bovina anunciaram a paralisação de atividades, houve pressão por parte da indústria de proteína animal para que o governo federal garanta as condições necessárias à manutenção normal da produção. No Rio Grande do Sul, até ontem, não havia paralisação em nenhuma empresa de aves, suínos e bovinos.
No país, a Minerva formalizou a concessão de férias coletivas, a partir do dia 23, em quatro plantas, duas no Mato Grosso, uma em São Paulo e outra em Minas Gerais.
A JBS também avalia a medida apenas para algumas unidades de bovinos — não há nenhuma no Rio Grande do Sul. Com três frigoríficos bovinos no Estado, a Marfrig, por ora, mantém a produção em ritmo dentro da normalidade.
– A grande diferença desse momento que vivemos é que estamos analisando cenário dia a dia, para não dizer hora a hora. Em cima disso, são tomadas as medidas operacionais da empresa – afirmou, à coluna, o gaúcho Miguel Gularte, alçado ao cargo de diretor presidente global da Marfrig.
Representantes da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) solicitaram à ministra da Agricultura que se garanta fluxo normal à produção e insumos necessários. Mesmo nos casos em que, por ventura, os Estados decidirem restringir o acesso nas divisas.
– As empresas estão querendo normalidade para poder produzir. Que o governo crie fórmulas para não fazer parar a produção, para que não se criem atropelos – explica Francisco Turra, presidente da ABPA.
José Roberto Goulart, Presidente do Sindicato de Produtos Suínos do Estado (Sips), diz que importadores monitoram a situação do Brasil. Grandes compradores, os chineses estão normalizando a situação em seus portos:
– Antes, nós estávamos preocupados com a China. Agora, é a China que está preocupada conosco.
Novas suspensões
- Organizadores da 27ª Agrishow decidiram, ontem, adiar a realização da feira realizada em Ribeirão Preto (SP). Um dos mais importantes eventos do agronegócio brasileiro, o evento estava marcada para o período de 27 de abril a 1º de maio. Ainda não há nova data definida.
- O presidente da Agrishow, Francisco Maturro, avalia que adotar a medida é questão de prevenção e de responsabilidade. No ano passado, 159 mil pessoas passaram pela exposição, que teve faturou R$ 2,9 bilhões.
- A Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) suspendeu atividades externas com aglomeração de pessoas até 12 de abril” Na sede, reuniões e treinamentos presenciais estão cancelados a partir desta terça-feira (17). E, a partir de segunda-feira (23), todos eventos serão cancelados.
- A Federação da Agricultura (Farsul) também adotou medidas de prevenção. Funcionários do grupo de risco trabalharão de casa. Os demais, em rodízio. Atividades externas ficam canceladas a partir de sexta.
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