O Oriente Médio é um importante parceiro comercial da indústria de carne brasileira — no ano passado, foi destino de 34,5% dos embarques de carne de frango e de 64,1% dos ovos. É por isso que a Gulfood, feira de alimentação realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, é considerada uma grande vitrine para o setor. Com espaço nos pavilhões, a Associação Brasileira de Proteína Animal levou time de 14 empresas de aves, suínos e ovos (dessas, três tem sede no Rio Grande do Sul e outras duas, unidades). Diariamente, são feitas degustações.
Só nesta segunda-feira (17) foram 1,6 mil sanduíches shawarma (um tipo de sanduíche árabe) e 300 omeletes. Um detalhe: para fazer o prato é usado ovo líquido. O ingrediente fica em caixas semelhantes às do leite longa vida. Cada embalagem de 1 litro permite produzir entre 15 a 20 omeletes, explica Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA, que participa do evento.
— O gosto é exatamente igual — assegura Santin.
As provas são servidas em ação comandada pela entidade em parceria com a Apex-Brasil, dentro do projeto Brazilian Chicken. O evento começou no domingo (16) e vai até a quinta-feira (20).
O temor do coronavírus acabou reduzindo a participação de asiáticos na feira. Precauções extras também vêm sendo tomadas por quem está lá. O diretor-executivo da ABPA diz que o álcool gel é colocado à disposição nos estandes. E contatos como aperto de mão e abraço foram reduzidos.
Por enquanto, o efeito sentido pela indústria de carne em razão do novo vírus é o represamento de cargas em portos da China, foco inicial da doença. Ele avalia que, passado o momento inicial da epidemia, a tendência é de que as exportações cresçam para atender a demanda reprimida.
No primeiro mês deste ano o Brasil exportou um total de 68,5 mil toneladas de suíno, alta de 41% sobre igual mês do ano passado. No frango, as 323,8 mil toneladas representam crescimento de 14,9%.