Tecnicamente – e com condicionantes – o Ministério da Agricultura já deu posição favorável para que o Rio Grande do Sul busque novo status sanitário em relação à febre aftosa. A decisão de dar o próximo passo – ou não – cabe agora ao governo do Estado. E só deve ser tomada se receber apoio dos produtores.
Nesta quarta-feira (19), em evento em Porto Alegre, técnicos da Secretaria da Agricultura e da superintendência regional do ministério detalharão o relatório entregue no mês passado pela pasta federal após auditoria. Estarão presentes entidades do setor.
— As entidades têm sua representatividade. É importante homologarem a decisão do Estado. A avaliação delas pesa bastante — entende o secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho.
Duas representações, a Federação da Agricultura do RS (Farsul) e a Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) realizam também assembleia com associados para estabelecer posição favorável ou contrária à retirada da vacina. Presidente da Febrac, Leonardo Lamachia explica que saber se o Estado terá condições de atender às recomendações do ministério é uma das preocupações manifestadas por pecuaristas.
São 18 pontos a serem melhorados, que incluem, por exemplo, o reforço de profissionais para atuar no Interior. Devem ser criadas 150 vagas a serem supridas por terceirizados — o processo para a contratação está sob avaliação do Piratini.
As amargas lembranças dos prejuízos registrados nos focos registrados em 2000 e 2001 são outra barreira a ser transposta para a evolução do status. Claro, o cenário é outro.
A antecipação da primeira etapa da campanha de vacinação para março traz um pouco de fôlego — não muito — para o debate. O Estado ganha tempo para avaliar e, se assim decidir, fazer a solicitação para deixar de vacinar junto com o Paraná, em maio.
— Tem muita coisa a ser discutida. Não sei se chegamos a uma posição na assembleia do dia 19 — avalia Gedeão Pereira, presidente da Farsul.