Se 2019 foi um ano singular para a indústria de proteína animal, 2020 promete ser tão bom como ou até melhor. As exportações de carne bovina, que tiveram novo recorde no último ano, deverão manter a expansão, com entidades do setor projetando crescimento na casa de dois dígitos.
A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) estima alta de pelo menos 10% nos embarques. Com base no histórico e nas novas habilitações concedidas pela China, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) avalia que o avanço poderá ser de 13% em volume e de 15% em receita. Por essa perspectiva, seriam mais de 2 milhões de toneladas enviadas ao mercado externo, com receita de US$ 8,5 bilhões.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento mostram que foram exportadas 1, 86 milhão de toneladas, somando US$ 7, 57 bilhões. Resultado que supera o de 2014, até então o melhor. É reflexo de conjunto de fatores, mas sem dúvida, foi o apetite chinês que fez a diferença.
A crise causada pelo surto de peste suína tornou necessária a ampliação das compras, valorizando o produto brasileiro. Em receita, a participação dos chineses saltou de 44,7% em 2018 para perto de 50% em 2019.
No Rio Grande do Sul, os efeitos dos embarques também aparecem, dentro das características locais. No território gaúcho estão localizadas apenas três dos 37 frigoríficos habilitados a exportar para a China no país. E o mercado doméstico é o principal comprador. Ainda assim, a ampliação dos embarques no país tornou mais disputada também a matéria-prima dentro de casa.
— Ficamos operando com preços bastante valorizados e isso se refletiu em queda de consumo — afirma Ronei Lauxen, presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do RS (Sicadergs).
Ele acrescenta que, embora não tão elevados quanto no final do ano, os preços seguem em patamares mais valorizados, porque a oferta no Estado deverá se normalizar somente a partir do final de fevereiro.
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