A jornalista Joana Colussi é colaboradora da colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço
Às vésperas do início da colheita de trigo no Rio Grande do Sul, produtores estão com expectativa de safra cheia — parecida com a de 2013, quando o Estado teve produção recorde. Com área cultivada bem menor agora, as semelhanças ficam por conta das condições climáticas e do alto potencial produtivo das lavouras.
— Ao contrário de safras passadas, quando a cultura era prejudicada pelo tempo, neste ano o clima tem ajudado. Até essa chuva veio em boa hora — avalia Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (Fecoagro-RS).
A estimativa da entidade é de que o rendimento médio fique ao redor de 3 mil quilos por hectare — o equivalente a 50 sacas por hectare. Algumas lavouras colhidas nas Missões chegaram a atingir 4 mil quilos e PH superior a 80, diz o dirigente.
O valor do produto segue valorizado. O preço médio nesta semana no Estado, segundo a Emater, girou em torno de R$ 40 a saca. A preocupação é em relação ao mercado, já que as vendas de contratos futuros estão em ritmo inferior ao mesmo período do ano passado — mesmo com a frustração da safra no Paraná.
— A procura pelo trigo no mercado internacional está menor. Precisaremos escoar essa safra de alguma forma, sem depender de mecanismos públicos — pondera Pires.
A abertura oficial da colheita no Estado ocorre neste sábado (5), às 10h, em Cruz Alta, no Noroeste. O evento será realizado em área experimental da Fazenda Escola da Universidade de Cruz Alta (Unicruz). Além de palestras, que se iniciam nesta sexta-feira (4) à noite, a programação contará com homenagens ao terceiro aniversário da Fazenda, que engloba 140 hectares de área de produção animal e vegetal.
— Essa aproximação entre pesquisa e mercado é muito importante para viabilizar a cultura do trigo, com práticas de manejo e variedades específicas que estimulem o produtor — considera Daniele Furian Araldi, coordenadora da comissão de eventos técnicos da Fenatrigo, organizadora da abertura oficial junto à Unicruz e o Sindicato Rural de Cruz Alta.
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