O Conselho Monetário Nacional autorizou na quarta-feira (14) a prorrogação dos financiamentos de custeio de arrozeiros. Pela resolução, parcelas vencidas e por vencer em julho e agosto poderão ser pagas em até três vezes, a partir de outubro. A medida era aguardada com expectativa pelo setor.
— É importante porque tira a pressão de venda neste momento complicado. E dá tempo para que possamos avançar em medidas estruturais necessárias e solução para endividamento dos produtores — avalia Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz-RS).
Ficaram de fora, no entanto, as solicitações para que as linhas de investimento, comercialização e dívidas de produtores de soja em áreas afetadas por enchentes também tivessem postergação do vencimento das parcelas.
— Acho que, sem dúvida, a prorrogação autorizada ajuda, mas deixou de fora questões que são extremamente importantes — reforça Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do RS (Farsul).
A crise do setor se consolidou neste ano com fatores como o elevado custo de produção e queda acentuada da produtividade por conta das enchentes na Fronteira Oeste e Campanha, que representam mais de 30% da área plantada. A produção gaúcha encolheu quase 1 milhão de toneladas.