A volta do sol e as temperaturas mais elevadas reaqueceram as estimativas de que a 20ª edição da Expodireto-Cotrijal termine com resultado superior ao do ano passado. Quando a feira começou, na segunda-feira, projetava-se volume de negócios 20% superior, chegando à casa dos R$ 2,7 bilhões.
O caminho até a concretização das vendas, no entanto, poderá ter obstáculos. Um deles atende pelo nome de Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Investimento. Voltado ao financiamento dos pequenos produtores, está com os recursos esgotados, segundo circular do BNDES emitida na sexta-feira da semana passada. E boa parte dos agricultores que vai até o parque se encaixa nesta categoria.
– Claro que se faltar crédito atrapalha – avalia Nei César Mânica, presidente da Expodireto.
Com 57,4% dos financiamentos do crédito agrícola no país, o Banco do Brasil garante que não paralisou as operações para esse segmento porque remanejou recursos de outras áreas. Até ontem, somava R$ 250 milhões em propostas encaminhadas (totalizando todas as linhas). A meta é chegar ao dobro até esta sexta-feira (15), quando a Expodireto termina – no ano passado, foram R$ 700 milhões.
– Nosso objetivo é, nesta edição, conquistar cada vez mais propostas efetivadas – garante Anderson Quevedo gerente de agronegócios do BB no RS.
Com participação menor, porém crescente em relação às instituições tradicionais, bancos próprios das montadoras mantêm o otimismo, apesar da falta de dinheiro no Pronaf Investimento. Superintendente do AGCO Finance, das marcas Massey Ferguson, Valtra e GSI, Paulo Schuch diz que a orientação é deixar o crédito aprovado na feira para concretizar a operação tão logo novos recursos sejam aportados.
– Nossa meta é superar os resultados do ano passado – garante Schuch.