Três meses depois de fazer a unificação das operações com a Monsanto, a multinacional alemã Bayer anunciou série de ajustes em seus negócios, que inclui venda de ativos e enxugamento do quadro de funcionários, com o corte de cerca de 12 mil vagas. As medidas têm, segundo nota da empresa, o objetivo de melhorar a estrutura de custos “de forma significativa”. Há que se considerar, ainda, outro fator importante: a desvalorização das ações da companhia, como publicou a coluna no dia 16, a reboque das decisões da Justiça americana em caso envolvendo o produto à base de glifosato. De agosto, quando saiu a primeira sentença do caso nos EUA, até a metade deste mês, a cotação dos papéis caiu mais de 30%.
No comunicado, a Bayer fala na venda da unidade de saúde animal, focando os negócios nos segmentos de Farmacêuticos, Crop Science e Cuidados Pessoais. Nesta última, também deverá se desfazer de duas linhas de produtos voltadas aos cuidados com o sol. Outra medida analisada é a negociação da participação de 60% que a marca tem na prestadora de serviços Currenta.
A redução de cerca de 12 mil postos de trabalho deve ocorrer até 2021, em grande parte na Alemanha.
Em julho, quando esteve no Brasil para uma conversa com jornalistas, o líder global da Bayer, Liam Condon, foi questionado sobre como funcionaria, na prática, a unificação das operações. Na época, respondeu:
– As empresas são complementares. As áreas onde havia sobreposição foram vendidas. Distribuímos um guia sobre as sinergias que podem ser atingidas em custo e receita.
A ideia é chegar em 2022 com economia de 2,6 bilhões de euros por ano. E fazer crescer o lucro por ação, chegando a 6,80 euros no próximo ano – em 2018, variou entre 5,70 e 5,90 euros – e cerca de 10 euros até 2022.
Para chegar lá terá de passar, invariavelmente, pela batalha judicial travada nos EUA, que tem tido um custo que vai além da indenização milionária determinada pela Corte – e da qual a Bayer segue recorrendo.