A expectativa criada por liminar obtida pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), que suspendia a cobrança dos novos valores de frete para os 90 associados, teve curta duração. Pouco depois do anúncio da decisão favorável, o ministro Luiz Fux, o mesmo que deu prazo para o presidente Michel Temer se manifestar sobre a tabela, determinou a suspensão de todas as ações que contestam a resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Foi um banho de água fria no setor, que via na liminar em favor da Abag a perspectiva de novos desdobramentos positivos. “Abre um precedente para a Justiça deliberar sobre as demais ações, inclusive a da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil)”, afirmou a entidade, filiada à Abag, em nota. A Associação das Empresas Cerealistas do Estado (Acergs) também comemorava a vitória, mesmo não sendo associada.
– Estamos recorrendo da manifestação negativa que tivemos na nossa ação. Só se fala nesse assunto – disse Vicente Barbiero, presidente da Acergs.
O mercado de grãos segue parado, motivo de grande preocupação.
– Os produtores estão apavorados, porque caiu o preço da soja. E há boatos de que nova greve possa acontecer – observa Luis Fernando Fucks, presidente da Aprosoja RS.
A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) também havia entrado com ação. Por meio de nota, afirmou que “ainda há ao menos 27 milhões de toneladas de fertilizantes a entregar (80% do total entregue anualmente), sendo que as plantações (...) não podem esperar o tempo dos homens para receber seus nutrientes adequadamente”.
– Na nossa leitura, o efeito do tabelamento de frete, além de ferir a questão da livre iniciativa, só criou confusão – diz Luiz Cornacchioni, diretor-executivo da Abag.