Consolidada como produtora de uvas e vinhos finos, a Campanha quer ter sua identidade reconhecida. A associação dos produtores da região acaba de entrar com pedido de indicação de procedência (IP) no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi). Seria a primeira do setor fora do eixo da Serra. Para chegar a esse momento, a entidade contou com a Embrapa Uva e Vinho, que coordenou o trabalho de elaboração de um dossiê técnico, apoiado por universidades e pelo Ibravin.
– A originalidade dos vinhos amplia e valoriza a qualidade e a diversidade da vitivinicultura brasileira – aponta Jorge Tonietto, que coordenou os trabalhos de estruturação da indicação.
Um total de 16 empreendimentos faz parte da Associação dos Produtores de Vinhos Finos da Região da Campanha. A área é de cultivo recente – os primeiros investimentos ocorreram na década de 1980 – e conta com 12 municípios que respondem por 15% da produção nacional de uvas finas. São 1,5 mil hectares, com foco em vinhos tintos, com variedades como cabernet sauvignon, tannat, cabernet franc e merlot. O clima seco gera características únicas, como uvas de maior teor de açúcar.
– Hoje, a Campanha é uma realidade. Há informação técnica que até pouco tempo não se tinha. A IP gera interesse no local – entende René Ormazabal Moura, presidente da associação e proprietário da Bodega Sossego.
A expectativa da entidade é de que o selo possa sair ainda em 2018.