O agricultor familiar gaúcho chegará ao final deste ano com renda 26,93% menor. É o que aponta levantamento da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS) a partir de dados da Companhia Nacional de Abastecimento, Emater e Dieese. Nem mesmo a produção, que cresceu 10,6%, na comparação entre as safras 2015/2016 e 2016 e 2017, foi capaz de diluir a a alta nos custos.
– A safra cheia não representou lucro para o produtor. E se houve aumento de produção e redução de renda de 26%, como se justifica que a cesta básica tenha caído só 5,3%? Alguém está ganhando com essa diferença – alertou Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS, no balanço da entidade, realizado nesta quarta-feira (13).
O encolhimento do lucro do produtor tem relação direta com a desvalorização dos produtos agrícola, frente gastos maiores. Da soja ao arroz, todos tiveram queda na comparação das cotações de dezembro deste ano com igual mês do ano passado. Uma das maiores crises foi enfrentada pelo produtor de leite – o alimento caiu 21,18%, segundo dados da Emater. O litro do leite, em dezembro de 2017, ficou em R$ 0,93. No ano passado, era R$ 1,18.
Os problemas fizeram com que, nos últimos dois anos, o número de produtores caíse 22,6%. Para 2018, Joel projeta, no entanto, recuperação, apesar dos meses de janeiro e fevereiro serem de retração no consumo:
– Há um cenário positivo. Aquela segurada nas importações do Mercosul e os R$ 15 milhões liberados para a compra institucional de leite pelo governo federal ajudaram.