Ao mesmo tempo em que a colheita do trigo caminha para a reta final no Estado, o governo federal sinaliza com a abertura do mercado para produto russo, em uma espécie de compensação para a importação de carne brasileira. Produtores e especialistas avaliam que a medida não deve ter impacto negativo no Brasil.
– O trigo russo tradicionalmente é barato e muito parecido com o tipo brando. Não é do tipo melhorador, que grande parte dos moinhos precisa – explica Hamilton Jardim, presidente da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Analista sênior da consultoria Trigo e Farinhas, Luiz Carlos Pacheco questiona, inclusive, a concretização da prometida importação do cereal russo:
– O governo brasileiro acena todo ano para o governo russo com essa possibilidade, para que comprem carne brasileira. Mas não adianta, porque os moinhos daqui não querem trigo de lá, que tem alto nível de proteína, mas não faz o produto crescer.
Além disso, o cereal vindo do Rússia, em razão do frete, é mais caro do que o argentino, que tem a qualidade buscada pelas indústrias.