Entidades que representam produtores cozinham em fogo médio medidas para deixar o arroz brasileiro no ponto certo. Nesta quinta-feira (9), a Federação dos Associações dos Arrozeiros (Federarroz-RS) protocolou pedido de salvaguarda no Ministério do Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) – como a coluna antecipou no início do mês. A ação busca dar proteção contra danos causados pelo aumento das importações.
Ao mesmo tempo, apresentou ao Ministério da Agricultura, junto com a Federação da Agricultura do Estado (Farsul), estudo que mostra as diferenças dos custos de produção no Mercosul, com os preços mais elevados no Brasil – gasta-se 51% a mais do que na Argentina, por exemplo.
– Blairo Maggi determinou que técnicos aprofundem o estudo – conta Henrique Dornelles, presidente da Federarroz-RS.
O ministro sinalizou que concorda com a necessidade de o Brasil ter livre comércio de insumos e prometeu que, uma vez referendados os apontamentos feitos sobre custos e concorrência desleal, manifestará apoio ao pedido de salvaguarda feito no MDIC.
– Ou abrem-se as fronteiras, permitindo esse mercado livre de fato para todos, ou continuam essas encrencas com o Mercosul. É preciso reduzir custos no Brasil – afirma Gedeão Pereira, vice-presidente da Farsul.
Com as portas do ministério abertas, os representantes aproveitaram para fazer duas denúncias: de que tem arroz paraguaio entrando como se fosse brasileiro e de que análises apontaram presença de resíduo de produto de uso proibido no Brasil (indício, segundo a Federarroz, da origem no Paraguai, onde o agroquímico é permitido).
Outro ponto que não escapou da pauta foi o iminente pedido de prorrogação do plantio no Estado. Dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) indicam que 57% da área foi semeada, faltando menos de uma semana do fim da janela preferencial.
– Não é só o tempo que está prejudicando, a falta de dinheiro também está causando dificuldades para o plantio – avalia Dornelles.