Se até o mês passado a obra de dragagem de manutenção do porto de Rio Grande parecia apenas questão de tempo – havia recursos disponíveis e necessidade do procedimento –, agora o cenário é de águas paradas. Mesmo com o Ministério dos Transportes encarregado de fazer novo projeto para acelerar a licença ambiental, surgiu outro entrave. Parecer do Ibama indicou que a colocação da lama retirada do canal não poderá ser feita no local previsto. Isso exige novos estudos para apontar alternativas.
– Essa mudança traz custo maior e pode inviabilizar a dragagem – pondera Darci Tartari, diretor técnico da superintendência do porto.
Segundo a área técnica do Ibama, o parecer detalha razões para a vedação da área de descarte usada anteriormente. Entre os motivos estão o aparecimento de lama na Praia do Cassino, o descumprimento de condicionantes de licença de operação desde 2005 e manifestações contrárias realizadas pela Câmara dos Vereadores de Rio Grande e por setores da sociedade civil.
Para não ficar parado, o porto trabalha com plano B: ajustar a dragagem para profundidade de 14 metros. Isso reduziria o volume de lama retirado. A ideia, diz Taratari, seria submeter, então, à avaliação do Ibama, para ver se, neste caso, seria possível manter o local de descarte. Mas para a execução seria necessário abrir nova licitação.
Neste cenário, a dragagem fica, por ora, sem data. E isso pode se transformar em um problemão, considerando que neste ano várias embarcações ficaram paradas, em mais de uma ocasião, devido ao assoreamento do canal de passagem.