O presidente Michel Temer se comunicou com seu contraparte uruguaio, Tabaré Vázquez, para resolver a questão sobre o bloqueio unilateral que seu país havia anunciado para produtos laticínios do Uruguai, informou a presidência uruguaia.
Em uma ligação feita na sexta-feira à noite, "Temer falou com Vázquez sobre seu compromisso pessoal de que não haverá inconvenientes na entrada de laticínios uruguaios no Brasil", segundo uma nota divulgada na página da presidência do Uruguai.
Além da conversa entre Temer e Vázquez para "resolver a questão", a presidência uruguaia revelou que uma delegação técnica brasileira chegará na segunda-feira a Montevidéu para dialogar com seus pares do Ministério da Pecuária, indica o relato.
O governo de Vázquez expressou na quarta-feira que o bloqueio por parte do Brasil a laticínios de seu país viola normas internacionais, e também advertiu que poderia recorrer a mecanismos de resolução de controvérsias, como o do Mercosul e da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A reação do governo uruguaio foi revelada depois que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento decidiu suspender por tempo indefinido a importação de laticínios de seu vizinho do sul.
O chanceler do Uruguai, Nin Novoa, considerou a medida "unilateral" e disse que seu país não foi notificado de maneira oficial.
O chefe da diplomacia uruguaia também rechaçou o argumento dado por produtores brasileiros de que há produtos que provêm de triangulação nas exportações uruguaias, fazendo com que entrem com preços mais baixos e afetem a competição.
A medida coincide com o momento de mais alta produção brasileira.
Em 2016, 60% das exportações de laticínios uruguaios foram destinados ao Brasil, que é praticamente autossuficiente e só importa 1% de seu consumo. Deste total, 0,6 ponto corresponde a itens uruguaios, e 0,4, a produtos provenientes da Argentina.