A safra de grãos cresceu a patamares históricos no Rio Grande do Sul neste ano, mas o mesmo não pode ser dito do rendimento financeiro dos agricultores. Levantamento dos índices de inflação do agronegócio feito pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul) mostra que, em 12 meses, os preços recebidos pelo produtor caíram 24,1%, o maior recuo desde o início da série histórica iniciada em 2010.
– Isso vem ao encontro do relatório feito no ano passado, que mostrava que 2017 seria um ano de margens apertadas, e corrobora a máxima safra cheia, bolso vazio. A queda nos preços é maior do que a ampliação do volume produzido.
O recuo nos valores é de um quarto. A safra não aumentou tudo isso – diz Antônio da Luz, economista-chefe do Sistema Farsul.
Presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja), Luis Fernando Fucks confirma que tem sido "muito apertado para o produtor fechar o ano":
– Tivemos três anos de safras boas, mas isso não foi suficiente para capitalizar o produtor. A safra foi cara e o preço não é remunerador.
Os resultados da pesquisa também reforçam a tese da Farsul de que não existe relação entre o valor pago aos produtores e a inflação dos alimentos.