Desidratado desde a interrupção do convênio para repasse de recursos do Fundoleite, o Instituto Gaúcho do Leite (IGL) tenta ganhar novo fôlego, capaz de fazer a entidade mais do que existir, a ser relevante. Nesta segunda-feira, em assembleia geral, foi escolhida nova diretoria. Gilberto Piccinini, da Cooperativa de Suinocultores de Encantado (Cosuel), deixa o cargo.
Assume o comando do IGL Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag-RS). Mário Nascimento, coordenador técnico da agricultura e do meio ambiente da Famurs, será o vice e diz que o objetivo é "retomar o diálogo com indústrias e Estado":
– Vamos propor a reformulação do estatuto, talvez com a saída ou a inclusão de entidades.
Desde a criação, em 2013, o instituto enfrentou questionamentos da indústria – há empresas que rechaçam a contribuição compulsória determinada pela lei que criou o Fundoleite – e da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), que não integra o IGL.
– Não participamos porque não concordamos com a composição. Mas nunca se fechou o diálogo – afirma Jorge Rodrigues, presidente da Comissão de Leite da Farsul.
Alexandre Guerra, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado, também se diz aberto a conversas, "desde que atendam aos interesses de associados".
Para funcionar a pleno, o instituto precisa ainda retomar uma fonte de recursos. No ano passado, o convênio com a Secretaria da Agricultura para repasses do Fundoleite – que somaram R$ 1,26 milhão em 2016 – foi cancelado. Com isso, os projetos que seriam executados foram suspensos.
– O instituto é independente. Pode e deve buscar parcerias com outros órgãos e inciativa privada – afirma Nascimento.