Gisele Loeblein

Gisele Loeblein

Jornalista formada pela UFRGS, trabalha há 25 anos no Grupo RBS e, desde 2013, assina a coluna Campo e Lavoura, em Zero Hora. Faz também comentários diários na Rádio Gaúcha e na RBS TV.

Operação Carne Fraca

Retomada das compras pela China motiva indústrias gaúchas

Medida trouxe alívio ao setor e expectativa agora é pelo anúncio do fim das restrições impostas por Hong Kong, que pode ocorrer em breve

Gisele Loeblein

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A semana começou de um jeito diferente para a indústria de proteína animal do Estado. A decisão da China de retomar as compras do produto brasileiro – mantendo a restrição apenas para as 21 plantas sob investigação – teve duplo efeito.

O primeiro foi de alívio, já que os chineses são grandes compradores de carne, sobretudo de aves. O segundo, de expectativa, uma vez que Hong Kong, outro importante importador, poderá seguir os mesmos passos e levantar a suspensão.

– O posicionamento da China nos coloca em um cenário favorável. Hong Kong deve, nos próximos dias, se posicionar e retirar a suspensão. Aí, a coisa se encaminha para a suinocultura – estima Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos do Estado (Sips).

Hong Kong é o segundo principal mercado para este tipo de carne no país e tem peso maior para o Rio Grande do Sul do que a China – porque compra também carne com osso.

Na indústria de aves, a sensação é igualmente positiva. O Estado tem cinco plantas habilitadas a vender para os chineses. O país asiático foi destino de 12% dos embarques brasileiros.

– É uma retomada importante, porque temos empresas aptas a exportação que mudaram todo o plano de produção para atender a esse mercado – pondera José Eduardo dos Santos, diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).

Apesar de o Estado ter apenas um frigorífico bovino habilitado à venda para a China, a suspensão das restrições daquele país é vista com alívio, conta Zilmar Moussalle, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs):

– Os chineses são hoje um dos maiores compradores. O ritmo dos abates começará a voltar ao normal, para que os contratos sejam cumpridos.

Há, no entanto, uma diferença entre estar apto e vender de fato. A Operação Carne Fraca lançou uma suspeita sobre o produto brasileiro e, em um primeiro momento, ainda pode haver uma certa lentidão nas encomendas.

– A gente sabe que haverá retração tanto no mercado interno quanto no externo, mas com retomada rápida. É um período transitório. A coisa deve se estabilizar – opina Santos.

Hong Kong é o segundo maior mercado para a carne suína, atrás só da Rússia, por isso a expectativa pelo fim da suspensão

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