Ocasião própria para reunir a cadeia e debater cenários, oportunidades e dificuldades do setor, a abertura oficial da colheita do arroz deu nesta quinta-feira a largada na programação com discussões que apontaram as prioridades nos pleitos dos agricultores. Questões fitossanitárias, relativas à competitividade da lavoura, crédito e seguro rural foram os temas eleitos na reunião da Câmara Setorial do Arroz, pela manhã, antecedendo uma programação mais voltada para assuntos técnicos, à tarde.
Uma das principais reivindicações é buscar junto ao governo federal a inclusão da cultura na portaria 82, que aponta as pragas com maior risco para algumas lavouras e tenta desburocratizar o processo de registro de produtos químicos no Brasil. Por enquanto, o arroz está de fora.
O setor também vai tentar fazer o Ministério da Agricultura apoiar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que propõe equalizar, em todos os Estados, as alíquotas de ICMS de todos os produtos da cesta básica. A intenção é melhorar as condições de competitividade da produção gaúcha, explica o presidente da Câmara Setorial do Arroz, Daire Coutinho.
– Em Minas Gerais, por exemplo, a alíquota para o arroz é 4%. Quando o nosso arroz vai para lá, paga 7%. Já sai daqui com uma desvantagem competitiva – observa Coutinho.
A reunião da Câmara também aprovou moções de apoio a reivindicações que as entidades ligadas ao setor querem que sejam incorporadas ao plano agrícola da safra 2017/2018. O pedido é por melhorar o seguro rural e facilitar uma linha de crédito para que as indústrias possam financiar os produtores em melhores condições. Hoje, lembra Coutinho, os orizicultores que não conseguem crédito oficial acabam fazendo operações com as empresas do setor, mas, em regra, é um dinheiro mais caro e com prazo de pagamento menor. A intenção é baratear o juro e ter mais tempo para quitar.
A 27ª edição da abertura oficial da colheita do arroz, na Estação Experimental do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), prossegue nesta sexta-feira e no sábado.
*Interino