Sancionada pelo governador, a extinção da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) está no período da transição em que devem ser feitas importantes definições. Uma delas diz respeito à manutenção dos convênios firmados com instituições para a captação de recursos destinados à atividade-fim. Desde esta quarta-feira, Adoralvo Schio, diretor do agora Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária, e o diretor-geral da Agricultura, André Petry da Silva, fazem uma peregrinação em Brasília com esse objetivo.
Segundo Silva, do CNPq, da Capes, da Embrapa, dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Social e Agrário já há a garantia da continuidade. Nesta quinta-feira, eles vão ao Rio de Janeiro, onde conversam com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Inmetro.
A definição sobre a continuidade dos repasses é essencial porque, sem dinheiro, a pesquisa em andamento e as futuras ficam prejudicadas. À época do debate sobre a extinção, o saldo de recursos externos captados era de R$ 25,5 milhões.
– Na pesquisa, as coisas têm de andar, não se pode esperar. No momento, ainda não se tem clareza sobre os convênios – observa Nelson Bertoldo, presidente da Associação dos Servidores da Pesquisa Agropecuária do Estado (Assep).
Outra preocupação dos funcionários da antiga Fepagro é com relação a um eventual engessamento financeiro. O temor se dá porque a gestão dos recursos passa a ser feita de forma indireta. A avaliação do Bertoldo é de que, como fundação, havia maior autonomia.
O futuro dos 19 centros de pesquisa existentes no Estado é outro ponto de interrogação. Mas essa decisão deve ficar, para um segundo momento, afirma Schio:
– Estamos dando prioridade para a transição dos funcionários para o departamento e cuidando da garantia dos convênios. A discussão das unidades será feita mais adiante.
O orçamento do departamento também foi acertado para cerca de R$ 20 milhões. Do montante total, R$ 16,4 milhões são gastos com a folha de pagamento dos 289 funcionários e apenas R$ 3,8 milhões com contas operacionais.
A tão desejada economia do governo do Estado só deve aparecer mais adiante – se vier – e depende diretamente do destino dado aos centros de pesquisa.
– Apesar de não fazermos parte do grupo do governo que está tratando disso, temos a promessa de que a associação será chamada para tratar a questão das unidades – afirma o presidente da Assep.