Maior exportador mundial de carne de frango, o Brasil aperta o cerco contra a influenza aviária, doença que passou a demandar maior atenção das autoridades de defesa animal e de entidades do setor devido ao reaparecimento do vírus no Chile, no início do ano. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, assinou nesta terça-feira instrução normativa em que fixa prazos para que as propriedades tomem uma série de medidas para prevenir a chegada da enfermidade, nunca registrada no Brasil.
Os criadores têm um ano para a adequação às regras, mas em nove meses terão de informar as secretarias estaduais para que os órgãos de defesa fiscalizem os criatórios. Quem não seguir as normas será impedido de comercializar os animais com as indústrias.
Como a maior parte dos produtores está no sistema de integração, vinculados a frigoríficos, a ideia é que as empresas ajudem de alguma forma os produtores, diz o presidente executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra.
– As empresas dependem dos produtores e têm de ser parceiras dos integrados, com ajuda financeira e orientação técnica.
A forma de auxílio depende da política de cada indústria – diz Turra.
Nos últimos três meses, 45 países notificaram casos de gripe aviária à Organização Mundial de Saúde Animal. Para o Brasil, ter a doença significaria ver fechadas por um bom tempo as janelas do comércio mundial de carne de frango. Continuar livre, por outro lado, abre oportunidade de conquistar ainda mais mercados diante do avanço do vírus em outros países.
As medidas anunciadas
Instalação de cerca para evitar entrada de animais de grande porte na granja
Colocação de equipamentos como arcos de desinfecção para veículos
Utilização de água tratada que não seja de fonte desprotegida
Uso de tela de 1 polegada nos galpões
Fiscalização nas granjas para averiguar o atendimento às normas
Impedimento de emitir guias de trânsito animal (GTAs) para quem não obedecer prazos
*Interino