Representantes de entidades ligadas à agricultura familiar foram buscar apoio da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e da Federação das Associações dos Municípios do Estado (Famurs) contra as mudanças nas regras para a aposentadoria rural. Na tentativa de ganhar a simpatia, foram para audiência com dirigentes das entidades munidos de números impactantes.
Segundo Alberto Broch, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), 71% dos municípios têm no retorno da aposentadoria da categoria um valor maior do que o fundo de participação:
– É esse dinheiro que faz a economia local girar. Fomos pedir apoio a essa nossa proposta de não mexer nos trabalhadores rurais na reforma da Previdência.
Se as mudanças vingarem, a estimativa da Contag é de que 70% dos produtores familiares não terão condições de fazer as contribuições mensais e ficarão de fora do sistema. Coordenador técnico da agricultura e do meio ambiente da Famurs e consultor da CNM, Mário Nascimento reconhece que há um efeito indireto do movimento da economia nos municípios, especialmente nos pequenos e de vocação agrícola, e essa questão é motivo de preocupação para as entidades:
– Devemos ampliar os estudos para medir melhor o impacto da reforma.
Broch esteve acompanhado, na audiência, do presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, e do deputado federal Heitor Schuch (PSB) e do deputado estadual Elton Weber (PSB).
Schuch tenta garantir um lugar na comissão especial que fará o relatório do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 287, que trata das mudanças. A Contag buscará apoio ainda da Ordem dos Advogados do Brasil e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Na segunda-feira, a Fetag-RS também se reúne com a bancada gaúcha para discutir o tema.