Na temporada de balanços, mais dois levantamentos corroboram a queda nas exportações gaúchas do agronegócio em 2016. A exemplo do que havia mostrado a Fundação de Economia e Estatística (FEE), a assessoria econômica da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), em seu relatório, aponta queda de 5,07% em receita, somando US$ 11,04 bilhões. Complexo soja, carnes e cereais estão entre os grupos dos principais desempenhos negativos.
E, além da soja, com redução de 8,12% em receita, o trigo também teve impacto significativo no número final. Em 2015, além de uma safra menor, a qualidade foi ruim. Sem ser absorvido pelos moinhos brasileiros, acabou exportado. Em 2016, a colheita foi farta e com padrão capaz de satisfazer a demanda do mercado doméstico.
Dados da superintendência do porto de Rio Grande, também divulgados nesta terça-feira, mostram recuo de 15,7% nos embarques de soja em grão – caíram de 11,43 milhões de toneladas em 2015 para 9,63 milhões de toneladas no ano passado – e de 12,6% no complexo soja. As estatísticas confirmam ainda o que a coluna antecipou: o porto teve alta na movimentação total, de 1,4%.
– Vimos o crescimento de outros setores e o recuo dos granéis sólidos, que já era esperado diante do mercado nacional e internacional – pontua Janir Branco, superintendente do porto.
Mesmo com a redução, Antônio da Luz, economista-chefe do Sistema Farsul, considera 2016 um ano bom, pela base de comparação:
– Em 2015, tivemos uma superexportação. O preço não parava de subir, não paravam de exportar.