Os números das exportações feitas via Rio Grande ao longo de 2016 serão apresentados nesta semana. Mas a coluna adianta que o porto do Rio Grande do Sul fechará com movimento superior ao de 2015. O principal produto agrícola, a soja em grão, no entanto, apresentará queda de 13% a 14%, diz o superintendente Janir Branco:
– O que vai compensar a redução da soja será a celulose.
Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços mostram que houve recuo nas exportações gaúchas do grão. Segundo este órgão, de 10,6 milhões para 9,5 milhões de toneladas.
Entre as razões – apesar da safra recorde, de 16,19 milhões de toneladas –, Branco aponta a organização do produtor, que armazenou o grão e esperou o melhor momento de venda.
O analista de mercado Farias Toigo concorda: tem soja guardada ainda.
Capitalizado, o agricultor segurou o produto, esperando melhora de preço e mudança no câmbio. É que depois de ver a saca chegar ao maior valor nominal, de R$ 100, em maio de 2016, ficou mal acostumado – hoje, o preço está entre R$ 64 e R$ 74,50. Toigo diz que nossas exportações também são afetadas pela forte venda da soja americana.
– Ele viu preços maravilhosas, mas optou por segurar, esperando uma melhora – completa o analista de mercado.
Além disso, segundo Toigo, nossas exportações também são afetadas pelo fato de os Estados Unidos estarem vendendo com força seu grão para o mercado externo.
Para este ano, Branco estima que, em se confirmando a safra de grãos recorde – com a retomada à normalidade da produção de arroz –, o movimento dos itens agrícolas seja superior. Sobre o desempenho do porto gaúcho no último ano, pontua:
– Devemos ficar em quarto na movimentação total no país. Temos foco muito forte no agronegócio.