Com mais de 20 anos de atuação no segmento, o engenheiro agrônomo Paulo Pires, 55 anos, deverá ser confirmado hoje para seu segundo mandato à frente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro-RS). Serão mais três anos, nos quais tem como meta ampliar a profissionalização.
Como avalia o fato de várias cooperativas do Estado (a Fecoagro contabiliza nove) estarem em liquidação extrajudicial?
É um instrumento legal. Temos infinitamente menos cooperativas em liquidação do que empresas em recuperação judicial. Ninguém gosta, mas está dentro do contexto nacional da economia. Mas não é um problema do segmento. Pelo contrário, vejo um fortalecimento das cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul. Há um crescimento no faturamento. A maioria dessas nove em liquidação está nessa condição devido a problemas antigos. As cooperativas do RS se profissionalizaram e melhoraram o desempenho.
Qual o papel das cooperativas atualmente? Devem seguir o modelo paranaense de industrialização?
O cooperativismo paranaense só se industrializou depois de se expandir para o Centro-Oeste. Para se industrializar, é preciso ter lastro. As cooperativas do Estado estão se profissionalizando cada vez mais.
É nossa meta. E agir de forma mais sistêmica, ou seja, uma cooperativa não pode competir com a outra. Esse é o grande sonho da federação. Temos o exemplo da CCGL, que é uma associação de cooperativas, e a central de compras.
A entidade vem falando sobre a necessidade de diversificar a produção de trigo? É possível mesmo alterar o modelo de produção?
Não tenho dúvidas. Estamos procurando um trigo de manejo racional. Podemos focar no mercado internacional, que tem maior liquidez. O trigo tipo pão não vai deixar de ser produzido. O que queremos com o projeto é responder pelas 1,2 milhão de toneladas que os moinhos gaúchos consomem, e o excedente vamos tirar para bem longe. Vamos ampliar neste ano a área de pesquisa feita pela Embrapa.