Liderada por grupos de pesquisa das universidades federais do Rio Grande do Sul e do Paraná, a Aliança Sipa pretende atrair a iniciativa privada para difundir experimentos científicos de integração entre lavoura e pecuária para produtores rurais do sul do Brasil. Apresentado durante o fórum Mosaico do Agronegócio, em Santa Maria, o projeto busca quebrar paradigmas no modelo acadêmico brasileiro – trazendo empresas do agronegócio para dentro das instituições e possibilitando a transferência de tecnologia.
– A ideia é fazer com que essas pesquisas, em parceria também com universidades de outros países, cheguem ao campo, onde poderão de fato contribuir com os sistemas de produção agropecuária integrados – detalha o professor Paulo César de Faccio Carvalho, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O professor destaca que a constituição de parcerias com empresas privadas é uma demanda apresentada pelo governo federal às universidades públicas neste ano, por meio da Lei N° 13.243 – considerada o novo marco legal da ciência, tecnologia e inovação. Os recursos destinados a projetos dessa natureza podem ser abatidos no imposto de renda das empresas.
A Aliança Sipa tem quatro protocolos experimentais de longa duração em andamento, sendo três no Rio Grande do Sul e um no Paraná. No Estado, um sistema para propriedades de médio e grande porte é desenvolvido em São Miguel das Missões – para pequenas propriedades em Eldorado do Sul e, para terras baixas (várzea), em Cristal. No Paraná, projeto em área de proteção ambiental é desenvolvido no município de Pinhais.
– Nessa área experimental, pesquisamos a produção agropecuária, integrada à floresta, sem uso de defensivos – explica o professor Anibal de Moraes, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Com recursos públicos escassos, a busca de alternativas para disseminar a pesquisa brasileira é fundamental, especialmente no setor responsável pela produção de alimentos e pelos indicadores mais favoráveis da economia.