O aumento na quantia liberada para o pagamento de prêmios do seguro rural no país no primeiro trimestre deste ano mostra que o produtor tem, sim, interesse em proteger as lavouras contra os prejuízos financeiros causados pelo clima. Pelo menos essa é a avaliação de Joaquim Cesar Neto, vice-presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg):
– Os agricultores têm, mais do que interesse, a necessidade de seguro.O Brasil tem ainda um vasto terreno para uso da ferramenta.
Atualmente, segundo Cesar Neto, apenas 15% da produção é segurada. Nos Estados Unidos, o percentual é inverso: 85%. Um dos problemas que ainda atrapalham o avanço da contratação é o dos recursos liberados para a subvenção – contrapartida a ser paga pelo governo. Nas últimas safras, o cobertor tem sido curto. O montante liberado é inferior à necessidade.
Na mais recente safra de uva, por exemplo, os produtores ficaram sem a contrapartida do governo no momento do pagamento das parcelas, justamente em um ano com duras perdas – o volume colhido foi 65% menor – causadas pelo mau tempo.Para o atual ciclo, o valor inicialmente sinalizado pelo governo federal era de R$ 741 milhões. Mas os cortes no orçamento da União reduziram a R$ 400 milhões, quantia considerada insuficiente pelo setor.
Avaliação do próprio Ministério da Agricultura indica que seriam necessários R$ 1,1 bilhão para garantir que 100% do custeio fosse segurado.