Oficialmente nascido no Rio Grande do Sul, Blairo Maggi fez a vida e construiu a carreira em outros pagos. Como muitos conterrâneos, migrou para o Centro-Oeste, onde se espraiou primeiro na produção agrícola, transformando-se no Rei da Soja, e, depois, na política. Formado em Agronomia, levou a empresa familiar Sementes Maggi a transformar-se no Grupo André Maggi. Foi governador de Mato Grosso por duas vezes, de 2003 a 2010. Atualmente senador, trocou de partido para compor o governo de Michel Temer. De falta de experiência, o agronegócio não pode se queixar.
– É um cara com peso político. Ele e o Meirelles (Henrique, ministro da Fazenda) são os dois nomes de maior expressão no governo – opina o deputado Jerônimo Goergen (PP), que conversou com o novo ministro.
Nas pautas que entrarão na ordem do dia, estão temas como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e os prejuízos acumulados pelos produtores de arroz e também de soja na atual safra do Estado. É grande a expectativa de que o novo governo amplie a prorrogação do prazo de adesão ao CAR a todos produtores Em depoimento gravado ao lado de Goergen, Blairo afirmou que a porta da frente do ministério estará “sempre aberta” aos gaúchos. “Mas vou dar a chave da porta dos fundos, para entrarem a hora que quiserem” completou.
A Federação da Agricultura do Estado (Farsul) manifestou apoio a Blairo, apesar de ter o nome da senadora Ana Amélia Lemos (também do PP) como “prioritário para a tarefa”.Para a entidade, a principal reivindicação do setor é o desenvolvimento de uma política para a cultura do trigo.
– Queremos atenção especial a essa cultura – afirma Carlos Sperotto, presidente da Farsul, que conversou com o novo ministro, com quem afirma ter relação “respeitosa, mas franca”.
Logo após tomar posse, Blairo falou com jornalistas em Brasília. Disse que já conversou com o ministro do Meio Ambiente e não trabalha com a hipótese de revogar o novo Código Florestal:
– Precisamos entender que não podemos criar mais confusões, coisas novas. Temos de partir de onde estamos. O código foi um processo debatido por muitos anos, não dá pra voltar atrás. É daqui pra frente.