No ano em que o Rio Grande do Sul colheu uma safra recorde de soja, o volume dos embarques do grão caiu 30% em abril, na comparação com o mesmo período do ano passado. No mês, foram embarcadas pouco mais de 1,16 milhão de toneladas, conforme dados divulgados pela Federação de Economia e Estatística (FEE). O baixo desempenho do principal produto agrícola fez o Estado cair para o quinto lugar no ranking nacional das exportações, perdendo três posições. O resultado gaúcho contrasta com o brasileiro, que aumentou as vendas externas de soja no período.
A explicação para a queda das exportações da oleaginosa no Rio Grande do Sul foi o excesso de chuva no período, que dificultou o carregamento de navios.
– O clima chuvoso prejudicou bastante os embarques. A safra recorde vai começar a aparecer com força daqui para frente – explica José Antônio Mattos da Silva, gerente-geral do Termasa e Tergrasa, terminais graneleiros no porto de Rio Grande.
Apesar do recuo das exportações na comparação direta, o pesquisador da FEE Tomás Torezani pondera que esse foi o melhor abril da história para a soja – atrás apenas do ano anterior.
– Teremos resultados mais animadores nos próximos meses, que irão compensar a baixa de agora – indica Torezani.
O movimento maior já começou a ser sentido em maio no porto de Rio Grande, embora haja expectativa também para os meses seguintes – devido à perspectiva de cotações ainda maiores. Os contratos fechados para junho, até agora, em média, estão com preços superiores aos de maio.
– Neste momento, o produtor está esperando que o preço suba mais – destaca Indio Brasil dos Santos, sócio da Solo Corretora.
O grão poderá se valorizar ainda mais nos próximos meses com a demanda maior por farelo de soja no mercado nacional – que aumentou o uso do produto no complemento da ração animal para compensar a alta do milho. Para quem estava com medo da variação do preço da soja após a colheita, não há do que reclamar.