Ainda que tenha surpreendido positivamente a indústria de máquinas e equipamentos agrícolas, o reforço de R$ 300 milhões do BNDES para o Moderfrota é considerado insuficiente para atender à demanda.
A quantia, anunciada oficialmente nesta quinta-feira, soma-se ao volume existente, elevando para R$ 4,04 bilhões o total de crédito dessa linha a ser colocado à disposição no ano safra 2015/2016, que termina em 30 de junho. Desse volume, R$ 3,4 bilhões tinham taxa de juro de 7,5%. O reforço de agora será liberado com 9% e foi possível com o remanejamento de recursos de programas do BNDES e a partir das demandas de financiamentos protocolados pelos agentes financeiros credenciados pela instituição, segundo nota. No mês passado, durante a Expodireto, o Ministério da Agricultura havia anunciado igual reforço de R$ 300 milhões.
– Ajuda muito pouco, é uma quantia pequena. A necessidade era R$ 1,5 bilhão – afirma Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers).
Segundo o dirigente, muitos negócios protocolados na feira ainda estão esperando a definição da linha a ser utilizada – à época, previa-se que, dos recursos disponibilizados, haveria cerca de R$ 1 bilhão disponível.
Com o fim do Programa de Sustentação de Investimento (PSI), que irrigou recordes na indústria de máquinas a partir do final de 2012, o Moderfrota restou agora como única alternativa considerada viável para a aquisição de equipamentos – já que o Finame Agrícola passou a ter taxa de juro de longo prazo (TJLP), que é reajustada de três em três meses.
Os números de vendas do setor em 2016 seguem em baixa – depois de terem recuado 34,5% em 2015, diminuindo, a reboque, postos de trabalho. No primeiro trimestre do ano, foram 20,3% unidades a menos do que em igual período do ano passado. O único alento veio da alta registrada na comparação de março ante fevereiro.