A semana começa com uma boa notícia para as indústrias de aves e de suínos do Rio Grande do Sul. O governo do Estado assina hoje decreto que concede o diferimento do ICMS cobrado nas importações de milho. Com isso, atende à reivindicação feita pelas empresas e abre passagem para o grão produzido na Argentina e em outros países do Mercosul – neste momento, mais barato do que o produto nacional.
O documento – e, portanto, a medida, tem validade até 31 de outubro. Pelo diferimento, a cobrança do imposto – que tem alíquota de 12% – é transferida para o momento da venda do produto industrializado.
– Nos ajuda muito, porque é um custo significativo. Ao mesmo tempo, o Estado não abre mão de nada – avalia Nestor Freiberger, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
O Rio Grande do Sul consome mais milho do que produz. Daí a necessidade de buscar o produto fora de casa. Para conseguir dar conta da demanda, a previsão é de que o Estado tenha de comprar quantia semelhante à do ano passado: 1,75 milhão de toneladas.
Nesta safra, o grão produzido no Brasil teve valorização acima da esperada. Além de mais caro, ficou mais escasso – houve aumento significativo das exportações.
Para comprar milho no mercado brasileiro, as indústrias gaúchas têm desembolsado até R$ 54 a saca, segundo a a Asgav. Na vizinha argentina, por exemplo, tem ficado entre R$ 47 e R$ 48.
– A expectativa é de que a partir de junho, julho, a safrinha brasileira comece a suprir o mercado – projeta Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado, em referência à colheita da segunda safra de milho brasileira, que deve colocar mais produto à disposição no mercado interno.