Não é apenas a indústria que poderá se beneficiar do diferimento de ICMS concedido pelo governo estadual para a importação de milho. Indiretamente, a medida promete aliviar os preços do grão no mercado interno, ao abrir a janela para ampliar a quantidade de produto disponível, ajudando também os produtores de proteína animal. Essa é a avaliação de Valdecir Folador, presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Estado (Acsurs).
– Tendo mais oferta, a tendência é pressionar os preços do grão. Em cerca de 30% do rebanho de matrizes, o produtor é responsável direto pela compra da alimentação dos animais – explica Folador.
Das 340 mil matrizes suínas existentes, 40 mil são de produtores independentes e outras 70 mil de produtores integrados não verticalizados, que arcam com os custos da alimentação. Enquanto o custo com a ração (da qual o milho é um dos principais ingredientes) tem se elevado, o preço pago pelo quilo vivo do animal vem registrando queda. Conforme levantamento semanal da Acsurs, fechou nesta segunda-feira a R$ 3,07 ao produtor independente – queda de R$ 0,01.
O decreto assinado nesta segunda-feira pelo governador José Ivo Sartori tem validade até 31 de outubro e atende à reivindicação feita pelas indústrias de aves e de suínos.
– As empresas que estavam aguardando a diminuição de custo devem acelerar a importação – afirma José Eduardo dos Santos, diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).