Apesar do excesso de chuva, que provocou prejuízos pontuais, o Rio Grande do Sul irá colher uma novasafra recorde de soja.Levantamento final da Emater divulgado na manhã desta sexta-feira mostra que a colheita será de 16,3 milhões de toneladas, 4,1% maior do que a registrada no ciclo anterior. No total de grãos, essa será a segunda maior safra gaúcha da história, com 28,93 milhões de toneladas, ficando atrás só de 2015.
O dado referente à soja reflete pesquisa feita entre os dias 17 e 23 de abril em 328 municípios do Estado, que correspondem a 80% da área total cultivada com o grão. As regiões de Erechim e Passo Fundo registraram as maiores produtividades, com 3,47 mil quilos e 3,42 mil quilos por hectare, respectivamente.
– Com 90% da área colhida, dificilmente esses números irão mudar – afirma Clair Kuhn, presidente da Emater.
As perdas de mais de R$ 500 milhões nas lavouras da Região Sul, embora tenham um impacto grande na economia local, não devem alterar de forma significativa o resultado da safra gaúcha.
– São áreas onde a soja cresceu sobre o arroz. Já não se contava com uma produção tão alta ali – reforça Kuhn.
No milho, foram consultados 384 municípios, que representam 90% da área total. A produção irá somar 4,7 milhões de toneladas, volume 16,4% menor do que no ano passado, reflexo da diminuição da área dedicada à cultura, que há alguns anos vem perdendo espaço para soja e neste ciclo encolheu quase 13%. No arroz, as precipitações constantes, desde o início da temporada, causarão perdas no volume produzido, que deve encolher 9,98%, somando 7,8 milhões de toneladas.