Uma combinação de fatores, que inclui a perspectiva de redução significativa da safra argentina, fez com que a soja se valorizasse na Bolsa de Chicago, batendo nesta semana a casa dos US$ 10 o bushel (quantia equivalente a 27,2 quilos), o que não acontecia desde a metade do ano passado, quando a cotação começou a cair – chegando a ficar inferior a US$ 9. A forte demanda, os efeitos do clima na safra sul-americana e a posição comprada dos fundos especulativos são as razões apontadas por especialistas para a elevação da cotação do grão.
– Esse movimento é completamente ligado à oferta – diz Flávio Roberto de França Junior, consultor econômico especialista em agronegócio.
Os números ainda não estão consolidados, mas há a certeza de que a colheita da Argentina, que era estimada entre 59 milhões e 60 milhões de toneladas, irá encolher. Por ora, o volume perdido devido ao excesso de chuva no país vizinho é projetado entre 3 milhões e 5 milhões de toneladas.O analista de mercado Farias Toigo avalia que o Brasil também terá redução em relação às estimativas do início do ciclo, não alcançando a marca de 100 milhões de
– Acho que a cotação em Chicago ainda nem começou a subir. A demanda está forte. O único problema para o sojicultor brasileiro poderá ser o câmbio – afirma o especialista.
Com relação à soja, França Junior avalia que o cenário no Brasil esteja praticamente definido – ele aponta colheita em torno de 99 milhões de toneladas. Mas entende que as estimativas de perda para o milho safrinha no país também contribuem para o movimento de alta em Chicago.
– A isenção anunciada pelo Brasil do imposto de importação para milho de fora do Mercosul foi outra coisa que mexeu com o mercado – acrescenta.