Meses de baixa na produção de leite do Estado, janeiro e fevereiro têm surpreendido em 2016 com quedas mais acentuadas do que nos anos anteriores. Números consolidados de 2015 devem confirmar ainda redução de cerca de 1% no Rio Grande do Sul. Em anos anteriores, o quadro era de crescimento na casa de 6% a 7%. O fenômeno se repete no cenário nacional, com estimativa de recuo de 4% no ano passado.
Essa diminuição de volume pressiona preços para produtores e consumidores. No varejo, o produto deverá ficar 15% mais caro, projeta o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS), na comparação do final de fevereiro com o mês de janeiro.
- Essa alta é uma recuperação necessária à indústria pela elevação dos custos - pondera Alexandre Guerra, presidente do Sindilat-RS.
Confinamento de gado leiteiro cresce no Rio Grande do Sul
Levantamento divulgado nesta segunda-feira pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP apontou recuo de 4,44% da captação de leite em janeiro, na comparação com dezembro. É a maior queda dos últimos 10 meses, na média Brasil - feita a partir de sete Estados, incluindo o Rio Grande do Sul, onde caiu 5,6%.
Fatores econômicos e climáticos são as razões. O aumento no preço de insumos, em especial do milho, é um deles. A mudança de pastagens e o excesso de chuva, seguido de um início de ano em que houve estresse de calor para os animais impactaram no volume.
- O dólar na casa dos R$ 4 também encarece os custos - complementa Guerra.
Em março e abril a produção gaúcha costuma ter os menores níveis do ano - podendo cair entre 25% e 30%. Agosto e setembro são o pico. Para o cenário mudar, só a mesmo quando o inverno chegar.